Associação Giuseppe Garibaldi comemora abertura da 1ª Festa da Itália

Diretores e membros falam a respeito do evento e sobre o que ele representa para Curitiba no que se refere à história, cultura e turismo

Palácio Garibaldi iluminado na noite de abertura da 1ª Festa da Itália (Foto: Eliel Ramos)

Verde, branco e vermelho. Foi com a projeção de luzes nas cores da bandeira que o Palácio Garibaldi abriu oficialmente a 1ª Festa da Itália. A solenidade de abertura aconteceu na noite de 07 de junho, sexta-feira, e foi prestigiada por membros da Associação Giuseppe Garibaldi e autoridades de Curitiba, Região Metropolitana e Paraná.

Na ocasião, foi inaugurada a exposição Memória Italiana no Paraná, com a exibição de fotos, vídeos, painéis, documentos e adereços que recordam e registram a história da imigração italiana no estado. A cerimônia de abertura contou, ainda, com a apresentação do quarteto musical Acordes e Cordas. Ao final do ato, foram acesas as luzes coloridas que iluminarão o Palácio até o final do evento (28 de junho).

Motivo de celebração

A 1ª Festa da Itália marca um importante momento do Palácio Garibaldi e é motivo de orgulho e celebração, especialmente para a Associação Giuseppe Garibaldi, fundadora do casarão. Vale lembrar que a festa é uma iniciativa da diretoria da entidade, presidida atualmente por Benoni Constante Manfrin.

Manfrin conta que o evento vem para para resgatar a história e atrair pessoas que queiram conhecer o Palácio, que tem mais de um século de idade. A expectativa do presidente em torno das atrações programadas para o período é grande. “Eu quero que as coisas realmente aconteçam como a gente planejou e que isso fique marcado não só na nossa história, mas na da comunidade italiana de Curitiba e Região Metropolitana”, comenta ele.

A festa se encerrará praticamente junto do seu mandato - a eleição da nova diretoria acontece na segunda quinzena de junho. Avaliando as ações dos últimos anos, o presidente acredita que a Festa da Itália é um dos grandes feitos de sua gestão. “Eu acredito que tem outras atividades desenvolvidas aqui que também são de significativa importância, mas espero que essa seja, realmente, um marco da minha gestão”, afirma.

Além de Manfrin, outros membros da Associação estão animados para o evento e o consideram o passo que faltava para que as portas do Palácio fossem abertas para a visitação pública, dando oportunidade aos curitibanos e turistas de conhecerem as dependências do prédio histórico.

Benoni Constante Manfrin

(Foto: Eliel Ramos)

Palácio dos sonhos

Cida Borghetti possui descendência italiana e um estreito laço com o Palácio Garibaldi. A ex-governadora do Paraná e atual embaixadora da Organização Mundial da Família (OMF) é também membro do Conselho Deliberativo da Associação Giuseppe Garibaldi.

Cida conta que aprecia o Palácio Garibaldi e a sua história desde a infância. “Quando pequena, eu visitava o palácio e olhava lá da escadaria aquele palácio imenso e dizia: ‘nossa, um dia eu vou querer visitar esse palácio’. E hoje me vejo aqui, como a primeira mulher participando efetivamente da diretoria e sendo também a primeira mulher na mesa de discussão, juntamente com o presidente Manfrin”, comemora. Para ela, o Palácio é emblemático na vida de todos que têm ligações com a Itália.

Se referindo à 1ª Festa da Itália, a conselheira acredita que as crianças que têm o sonho de conhecer o casarão, assim como ela teve um dia, agora poderão torná-lo realidade. “Elas [as crianças] vão ter essa oportunidade de conhecer, de adentrar esse espaço cultural e histórico, conhecer histórias de pessoas como o próprio Giuseppe Garibaldi, como a Anita Garibaldi, que emprestam o nome para este Palácio”, orgulha-se Cida Borghetti, enaltecendo a importância de se preservar a história e a cultura para a construção do futuro.

Cida Borghetti

(Foto: Eliel Ramos)

Ponto turístico

O advogado Walter Antonio Petruzziello, diretor social da Associação Giuseppe Garibaldi, já presidiu a entidade por dois mandatos seguidos. É também presidente do Comitê dos italianos no Exterior. Ele demonstra grande entusiasmo e muita vontade de elevar o nome do Palácio Garibaldi no turismo local. Para ele, essa é a função da 1ª Festa da Itália: “O evento representa, principalmente, o resgate da cultura italiana dentro desse Palácio”.

Petruzziello relata que já foram realizadas outras festas no local, mas, neste momento, segundo ele, está acontecendo uma manifestação que mostra vários aspectos da cultura italiana. “Isso aqui é um patrimônio histórico e eu acho que é um patrimônio tão maravilhoso. Eu diria que esse Palácio não pode ficar de portas fechadas”, fala.

O diretor ressalta que o local precisa se tornar mais conhecido. “As pessoas não podem passar aqui, ver um portão de ferro fechado e se perguntarem ‘o que que é isso aí? Isso é do governo?’. Tem gente que pensa que é do governo”, preocupa-se o diretor.

Ele continua: “Eu acho que nós temos que fazer de tudo para que o Palácio seja um local de visitação e de encantamento para o turista e para o curitibano. Tem que se criar uma coisa assim para que a pessoa desça ali, venha aqui dentro e diga assim: ‘nossa que Palácio lindo'. Esse é o meu grande desejo e minha grande felicidade, ver isso tudo de portas abertas”, conclui.

Walter Antonio Petruzziello

(Foto: Eliel Ramos)

Valorização da cultura italiana

O desembargador Roberto Antonio Massaro, do Tribunal de Justiça do Paraná, é membro do Conselheiro Fiscal da Associação Giuseppe Garibaldi. Ele destaca a importância da celebração da 1ª Festa da Itália. “Para nós, que somos descendentes de italianos, o momento é importantíssimo, até por que também representa uma comemoração ligada à Itália desde a sua unificação, momento importante que se comemora no dia 2 de junho”, diz.

Massaro menciona um momento difícil da história, tanto para a Associação como para o próprio Palácio, mas que foi superado com o passar do tempo. “Uma casa centenária, que passou por uma série de dificuldades no período da 2ª Guerra Mundial, sendo emprestada a um órgão do estado. Depois, foi retomada e chegou a um padrão de excelência na administração”, lembra.

O conselheiro, por fim, comenta sobre o significante papel da diretoria. “Estamos aqui como sócios, participamos auxiliando sem qualquer remuneração. O caráter é realmente educativo e cultural, mas com o intuito de preservar esse patrimônio histórico tão importante para a cidade e para a cultura italiana também”, declara.

Roberto Antonio Massaro

(Foto: Eliel Ramos)

Tempos de glória

João Felipe Ribeiro é um jovem empresário e atual diretor financeiro e de patrimônio da Giuseppe Garibaldi. Entre os membros, ele é um dos que estão totalmente envolvidos com a realização do evento e comemora o sucesso alcançado até o momento. “A Itália representa união, fraternidade e colaboração. Isso está sendo a maior beleza deste evento, que se concretiza graças à colaboração dos sócios, dos diretores, dos colaboradores e dos produtores. Ver um evento dessa magnitude, em um relacionamento harmonioso, é muito gratificante”, alegra-se.

O objetivo do diretor é fazer com que o Palácio Garibaldi volte aos seus tempos de glória como um marco da imigração e da cultura italiana no Paraná, não apenas em Curitiba. Ele também relembra os tempos difíceis do local, mas comemora o fato do mesmo ter recebido incentivos que permitiram a sua restauração. “Após a 2ª Guerra Mundial, o palácio foi devolvido à Associação Giuseppe Garibaldi em condições muito precárias. Só em 1996, com a lei do Potencial Construtivo, nós pudemos finalmente restaurar o Palácio”, conta.

A Festa da Itália tem o apoio da Copel, por meio do Programa de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná (Profice), conforme salienta Ribeiro. “Estamos tentando fazer o melhor que podemos para finalmente levar o Palácio ao lugar de destaque que ele merece”, finaliza.